Centenas de professores do ensino básico e secundário encontraram-se às 16 horas, convocados por SMS, em frente à câmara do Porto. Contra o desrespeito com que têm sido tratados pelo governo, contra o novo estatuto da carreira docente, contra a "nova" gestão escolar e contra as normas legais que o governo quer impor na avaliação do trabalho docente. Uma enorme vontade de lutar foi manifestada.
Por volta das 17:45 horas, quando já a maior parte dos professores se tinham ido embora e apenas algumas dezenas rodeavam a imprensa presente que solicitava pequenas entrevistas, interveio a polícia: meia dúzia de agentes instaram professores, que tinham acabado de prestar declarações à imprensa, que se identificassem. Logo a maioria que estava presente se dispôs a dar a sua própria identificação mas não foi aceite pela polícia: queriam apenas a identificação de quem prestara declarações. Tratava-se de, "cumprindo ordens" que nas suas palavras até "poderiam ser ilegais", identificar os responsáveis "pela organização de manifestação ilegal", na realidade fazer reféns, atemorizar e "dar uma lição" (recentemente um sindicalista foi condenado a 75 dias por "organizar manifestação ilegal" de trabalhadores que exigiam o pagamento de salários em atraso). Mas esses objectivos saíram gorados: a vontade, em vez de esmorecer, cresceu e a solidariedade para com os professores identificados ficou bem patente.
Se nas circunstâncias de desprevenção em que se encontravam os professores, justificam perfeitamente o desfecho do acontecimento, a repetida táctica governamental de enviar a polícia para identificação de quem julgam (ou talvez não) ser responsável por manifestações contra o governo põe a questão da atitude que os trabalhadores devem assumir em resposta: dar ou não dar a identificação. Não dar é a resposta, pois é a liberdade de expressão que está a ser posta em causa.
LIBERDADE PARA O POVO!
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