Aos trabalhadores da Qimonda:
Muitos têm visto como inevitável o desfecho que agora se desenha para os trabalhadores daquela que era, há bem menos que um ano, a menina dos olhos da tão propalada “modernização do aparelho produtivo nacional”.
Outros tecem encómios aos “esforços” que, daqui e dali, vão surgindo para “resolver o problema”. Mas todos percebem que esses “esforços”, surgindo de onde surgem, visam apenas comprar a complacência dos trabalhadores para o desastre que foi preparado e que agora se desenrola.
Se tais posições são vulgares, é porque não passam de simples reflexos de uma ideia central que vos é repetida incessantemente: “a culpa é da crise, ponto”. Com essa ideia eximem-se das próprias responsabilidades ao mesmo tempo que vão construindo o edifício ideológico da inacção e da submissão a uma “inevitabilidade incontrolável por mão humana”.
Dos cerca de 2000 trabalhadores de há nove meses na Qimonda, restam agora apenas 378 – 239 em laboração e 139 em lay off por mais seis meses. Some-se miséria e uma aparente acalmia social e temos o retrato da situação. Primeiro foram os sub-contratados, depois os contratados a prazo, de seguida uma metade arbitrária daqueles que, segundo a administração, “pertenciam a agregado familiar onde existiam outros rendimentos para além de um salário da Qimonda”, agora a outra metade, tudo salpicado por rescisões “voluntárias” daqueles que ou encontraram um novo emprego ou foram iludidos pelos acenos de uma indemnização em circunstâncias de total desesperança. Em 9 meses, 1600 despedimentos em fatias e acicatando diferenças entre os trabalhadores para que não se faça sentir qualquer resistência ou que esta fique contida em formas “aceitáveis”.
Pelo que se vê, a estratégia capitalista, coordenada pelo governo, surtiu efeito. E, para melhor dourar a pílula, a eventual retoma da produção a realizar daqui a um ano com a readmissão de cerca de 400 trabalhadores, somando um total de 770, é apresentada como promessa aos trabalhadores e plano de recuperação à sociedade. Na verdade, tal plano não passa de uma salvaguarda dos interesses próprios dos capitalistas que querem assegurar o abastecimento em mão-de-obra em caso de necessidade e, ao mesmo tempo, liquidar qualquer outra solução que não vá ao encontro dos seus interesses mesquinhos. Nada tem a ver com uma cedência aos interesses dos trabalhadores como a existência de uma promessa aos mesmos faria crer. É mais uma insídia da administração e do governo.
Tudo isto se passa depois de muitos milhões oferecidos pelos sucessivos governos e pela câmara à Qimonda (ou às antecessoras) em isenções fiscais, em subsídios e em terrenos, dos quais, os últimos 100, há menos de um ano.
Nesta situação o governo ainda quer parecer que muito se movimenta, mas nada faz do que seria de fazer: exigir da Qimonda ou a manutenção de todos os postos de trabalho ou a devolução dos benefícios oferecidos para serem utilizados na reconversão da empresa, entretanto nacionalizada, para outras produções.
Por isso o PCTP/MRPP considera inteiramente justo que os trabalhadores da Qimonda se batam pela nacionalização da empresa e pelo impedimento dos despedimentos.
Por isso o PCTP/MRPP defende que os trabalhadores nunca devem alimentar ilusões e que devem exigir o pagamento, pelo Estado, do valor integral do salário por todo o tempo em que se venham a encontrar desempregados ou em lay off a começar, desde já, para todos aqueles que foram dispensados.
Esta a forma de firmar a esperança: lutando.
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OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER!
PAGAMENTO DO VALOR DO SALÁRIO POR TODO O TEMPO EM QUE O TRABALHADOR SE ENCONTRE DESEMPREGADO!
O POVO VENCERÁ!
5 de Novembro de 2009
Org. Reg. do Norte do PCTP/MRPP
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