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Terça-feira, 3 de Fevereiro de 2009

Nunca desistir!

Aos trabalhadores da Qimonda:

Se alguém ainda tinha dúvidas, a forma como a administração lidou com os trabalhadores na recente “interrupção da produção” revelou, com clareza, o desprezo que estes lhe provocam: são coisa, no seu entender, para usar e, quando considerados desnecessários, deitar fora.

Agora chora-nos “que tudo irá fazer para assegurar os postos de trabalho”, mas são as lágrimas de crocodilo de quem comeu a carne e não quer roer os ossos. A verdade é que o carácter não muda pelo facto de se mudar de trejeito. Cada novo trejeito não passa de nova manobra táctica, umas vezes para apanhar os trabalhadores sem reacção, outras para atrair a compaixão e as boas atenções sobre si própria.

Se é com isto que os trabalhadores têm que contar da parte da administração, da parte do estado, também, não podem contar com melhor. A Qimonda de Vila do Conde tem apenas um cliente que é também o seu único fornecedor porque o governo aceitou como bom, aliás, mais do que como bom, como o supra-sumo da modernização do “aparelho produtivo nacional” merecedor de todos os apoios, o facto de uma multinacional cá colocar uma peça intermédia da sua cadeia produtiva. Depois fala-nos que é a maior exportadora mas esquece-se de dizer que é também a maior importadora e que nada pode ser exportado sem que quem comanda a cadeia de produção o queira. Assim, num instante, a “modernização” e a “base tecnológica” das exportações pôde esfumar-se. O que faz igualmente esfumarem-se as centenas de milhões de euros, em terrenos, em isenções fiscais e em subsídios a fundo perdido, atribuídos, pelo estado nas suas componentes central e local, às sucessivas empresas que assumiram a fábrica (Siemens, Infineon e Qimonda). Na realidade o estado burguês, por intermédio dos sucessivos governos, a única coisa que fez foi entrar no leilão internacional da força de trabalho promovido pelas multinacionais, oferecendo a mão-de-obra nacional pelo menor preço, no caso menos que zero (a soma dos montantes totais dos benefícios oferecidos são maiores que a soma de todos os salários pagos até agora). Nesta situação a atitude do governo não é a que, racionalmente, seria de esperar: exigir ou a manutenção de todos os postos de trabalho ou a devolução dos benefícios oferecidos que poderiam ser utilizados na reconversão da empresa para outras produções, não, antes é a de se oferecer para tornar ainda mais barata a força de trabalho nacional. Temos, portanto, um governo que se apresenta no mercado internacional como proprietário de uma força de trabalho, ou seja, falando depressa e bem, como angariador de escravos. Que se pode esperar dele?

Assim, qualquer que seja o desenvolvimento futuro da situação, apenas podeis contar convosco próprios. Se é verdade que existe uma situação de total de dependência da Qimonda de Dresden, também é verdade que essa fraqueza se pode transformar em força. E grande parte da chave do problema está aí, na capacidade de unir as forças dos trabalhadores de Vila do Conde às dos trabalhadores de Dresden que hoje se manifestam.

Por outro lado os trabalhadores não devem alimentar ilusões e, antes de tudo, devem exigir o pagamento, pelo estado, do valor integral do salário por todo o tempo em que se venham a encontrar desempregados a começar para todos aqueles que já foram dispensados na passada sexta-feira. É, sem dúvida, um passo difícil de se dar porque encontrará todo o tipo de detractores. Mas alguém tem de tomar a iniciativa. Melhor colocados do que os trabalhadores da Qimonda, poucos, dos outros trabalhadores, estarão. A dimensão dá força. 2000 trabalhadores não são 20 ou 30. Poderão e deverão unir a si os trabalhadores de outras empresas na mesma situação e, por isso, com essa mesma reivindicação. Caso tal reivindicação obtenha êxito transformará para melhor as condições em que todos os trabalhadores oferecem a sua força de trabalho.

É uma luta política. Não há dúvida. Mas os trabalhadores não devem temer a luta política. Só uma luta desse tipo pode alterar a correlação de forças na sociedade para uma posição mais favorável aos trabalhadores.  

OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER!

PAGAMENTO DO VALOR DO SALÁRIO POR TODO O TEMPO EM QUE O TRABALHADOR SE ENCONTRE DESEMPREGADO!

O POVO VENCERÁ!

 

3 de Fevereiro de 2009

                                                               Org. Reg. do Norte do PCTP/MRPP

publicado por portopctp às 23:39
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