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Terça-feira, 19 de Setembro de 2006

Sobre a nova greve dos STCP

Em resultado do plenário de ontem, os trabalhadores dos STCP decidiram dar um novo prazo à administração para reestabelecer o anterior AE, entretanto rasgado por alargamento do negociado com alguns sindicatos, agora até 20 de Outubro. Caso tal não aconteça ameaçaram endurecer as formas de luta. Decidiram também pré-avisar greve para o período das 0 horas de sexta-feira, dia 22 de Setembro, até às 2 horas da segunda-feira seguinte, "convidando" os trabalhadores a realizarem-na nas últimas 3 ou 4 horas do seu período de trabalho, "para não prejudicarem os utentes".
Estas decisões, tomadas por aprovação de proposta de alguns sindicatos, e as circunstâncias em que ocorreram levantam um conjunto de problemas. O primeiro, talvez o mais importante, provém do facto de, no caso das empresas com AE, apesar de existir um órgão democrático representativo de todos os trabalhadores, a CT, não ser esse o órgão mandatado para negociar o AE. É certo que a lei reserva aos sindicatos a negociação, mas nada impede que os sindicatos ou os próprios trabalhadores mandatem a CT para esse fim. Um segundo problema é a maneira como são vistas as greves pelos próprios trabalhadores no que respeita às responsabilidades face aos utentes: acham-se os "culpados" dos prejuízos para os utentes, não são capazes de responsabilizar a administração e, quando esta argumenta com o governo, o governo por isso. Na verdade, os utentes não têm qualquer tipo de contrato com os trabalhadores, mas têm-no com a empresa. O mau funcionamento dos transportes é da responsabilidade da administração, de mais ninguém, que é a quem os utentes devem pedir essa responsabilidade. Aliás, nas circunstâncias presentes, muitas vezes a administração só fica contente com algumas das greves, pois não só não paga aos trabalhadores nem consome combustíveis, como não contrata transportes alternativos suficientes, e, ainda por cima, responsabiliza os trabalhadores pelo mau serviço que presta aos utentes com os quais tem contratos que não cumpre. Em resumo, por vezes a greve dá lucro à empresa, por vezes é de algum tipo de greves que a empresa está à espera para melhorar os resultados, por isso não se incomoda nada com esses tipos de greve. É o que, pelo menos, parece, muitas vezes. Isto decorre de que uma eventual perca de receitas é largamente compensada por uma muito maior diminuição de despesas: quando a maior parte das receitas provem de passes, é isso que acontece. Portanto, para o èxito deste tipo de greves nesta categoria de empresas, é necessário o apoio dos utentes, não um apoio passivo, mas sim um apoio que consiste em os utentes exigirem da empresa transporte de igual frequência ao que anteriormente pagaram, portanto com transportes que substituam os parados pela greve e contratados exteriormente. Claro que se o problema é directamente com o governo e não com a administração, ou seja a greve é uma greve política porque as exigências são políticas, então aí os transportes alternativos devem ser boicotados e a greve deve ser generalizada a todos os sectores.
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publicado por portopctp às 22:27
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