Era para ser dia 30 que os cerca de cem trabalhadores da Cerâmica de Valadares forçados a férias regressavam ao trabalho mas, pelo andar das coisas, só daqui a 15 dias. A este adiamento não será alheio o facto de dia 31 ser o último dia do mês, o dia de pagamento. Escritórios fechados, eis um argumento à medida do argumentário costumeiro para não pagar salários. Serve para isso e serve também para, quando os trabalhadores se querem reunir para tomar decisões sobre o que vão fazer, como foi o caso de dia 30, opor dificuldades. Foi preciso, após uma manhã de espera, ameaçar arrombar a porta do refeitório, local habitual da realização dos plenários, para que aparecesse a chave.
Assim o plenário que estava marcado para a manhã, acabou por se dividir em duas partes : uma primeira, nas escadas junto à portaria para resolver esse novo problema e uma segunda, à tarde, para discutir os problemas para os quais havia sido convocada: a empresa não está a cumprir o lay-off. Não tem pago a parte que lhe compete das remunerações dos operários além de, tendo já recebido a parte da Segurança Social, a não pagou ainda aos trabalhadores. E isso é motivo legal suficiente para terminar o regime de lay-off. Além disso, a empresa comunicou ao pequeno grupo de operários (estava planeado que os trabalhadores em regime de lay-off iriam progressivamente sendo chamados ao trabalho, sendo que um primeiro pequeno grupo iria iniciar na 1.ª semana de Setembro o trabalho) para o qual iria terminar o lay-off no próximo dia 3, que não retomaria nesse dia o trabalho, mas só no dia 10. Ou seja um primeiro adiamento do que estava dito ser necessário para “recuperar a empresa”…
Toda a gente sabe disto – a Segurança Social, a Autoridade para as Condições de Trabalho, a Câmara, o Governo – mas são os trabalhadores quem tem que fazer um pedido para anulação do lay-off !!! E foi isso que decidiram fazer. Igualmente, como existem condições legais para muitos trabalhadores requererem a suspensão dos contratos de trabalho, e essa situação lhes ser favorável em termos de rendimentos (pelo menos no que respeita às incertezas nas datas de recebimento), aprovaram que a estrutura sindical disponibilizasse a “papelada” necessária a esse requerimento, que tem de ser feito individualmente. A permanência à porta vai continuar, tanto que é necessária: a empresa quer carregar seis carros, e essa mercadoria é garante de salários.
A combatividade demonstrada pelos operários da Valadares é um sinal da energia do movimento operário, mas é preciso dar o salto e ultrapassar os limites estreitos da luta económica, ideia que começa, aos poucos, a ganhar terreno
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