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Quinta-feira, 9 de Setembro de 2010

SINDICALIZA-TE

De um núcleo da secção distrital do Porto da linha sindical Luta - Unidade - Vitória, recebemos este comunicado que transcrevemos na íntegra:

Aos trabalhadores dos serviços de portaria e vigilância

Dia a dia as condições em que os trabalhadores vendem a sua força de trabalho pioram.

Quem ontem imaginou que estava seguro, hoje vê-se ameaçado de despedimento colectivo ou de despedimento individual de forma arbitrária.

Aos trinta e seis anos já se é velho para trabalhar a não ser em condições sub-humanas. Até aos trinta e cinco é a falta de experiência que justifica esse mesmo tipo de condições.

A fiscalização estatal, que é suposto existir, faz ouvidos moucos e vira a cara.

Há anos que o salário médio nos serviços decresce.

Ao mesmo tempo aumenta o número de contratos a prazo e de falsos recibos verdes. Este é um resultado directo da prática do outsourcing por muitas empresas que anteriormente contratavam directamente trabalhadores para executarem os serviços. A própria maneira como o fazem, que é estabelecerem com as empresas que fornecem os serviços contratos por tempo determinado, serve de argumento legal para, acabado o contrato, as empresas fornecedoras despedirem quem lhes convém. A rotação entre fornecedores permite a “limpeza” dos “maus elementos”, a manutenção de salários baixos e uma repartição entre empresas do espólio roubado. Esta é a verdade sobre os “concursos” que dão origem a esses contratos: não passam de uma partilha do bolo resultante da diferença entre os salários que seriam pagos na situação anterior e os que são pagos na situação presente! Este é um dos casos em que eles costumam dizer: “todos ganham”, gestores e patrões das velhas empresas, gestores e patrões das novas, angariadores, etc.. Todos… menos os trabalhadores! Todos à custa dos trabalhadores!

Só por si, esta situação deveria ser suficiente para que todos os trabalhadores de portaria e vigilância encontrassem vias comuns de a enfrentarem. Mas não! E porquê? Porque há desilusão nas estruturas existentes, moleza das poucas reacções, aparente impossibilidade de actuação comum, falta de transparência, constante propaganda anti-trabalhadores, quem pense que se garante alguma coisa sendo subserviente (na realidade a subserviência de hoje garante apenas que, amanhã, se será ainda mais calcado), etc., etc..

Mas este tipo de reacção mista que se vê, de aparente revolta contra o que está mal e de resignação a um “mundo imutável”, nada resolve e tem duas consequências gravemente nefastas para os trabalhadores: o que está mal no seio dos trabalhadores fica cada vez pior e o “mundo imutável” afinal está sempre a mudar, sempre contra os interesses dos trabalhadores, ontem com alterações gravosas às leis laborais, hoje com PECs sucessivos, amanhã reclamando o sangue dos próprios trabalhadores.

Por isso a Linha Sindical LUTA–UNIDADE–VITÓRIA conclama todos os trabalhadores, em geral, e os trabalhadores de portaria e vigilância, em particular, a abandonarem as posições passivas de crítica palavrosa aos actuais sindicatos e a abraçarem as posições activas de crítica consequente à actuação dos sindicatos, que consistem em mudá-los. Nesse processo o primeiro passo só pode ser que todos e cada um se sindicalizem.

Ambos os sindicatos que abrangem o sector, STAD e SITESE, têm estatutos que não cumprem mas que são especialmente úteis a quem os dirige. Servem-lhes para colocar dificuldades aos trabalhadores que se queiram expressar em prol de todos, servem-lhes para impedir que os trabalhadores se unam contra os seus inimigos. Talvez a razão disto se encontre nas raízes de ambos em sindicatos salazaristas, das quais se reivindicam e de que, aparentemente, se orgulham. Esta é mais uma razão para a grande necessidade de transformação profunda dos actuais sindicatos. Transformação que os extirpe dessas raízes e os transforme num só órgão em que todos os trabalhadores de portaria e vigilância se sintam representados, no qual as regras sejam tão simples e claras que se resumam aos cuidados a ter para garantir que a vontade dos trabalhadores é executada!

Aproximam-se as negociações dos contratos colectivos de todos os sectores e também as que englobam os trabalhadores de portaria e vigilância. O desfecho depende, em grande medida, da maneira como os interesses dos trabalhadores forem encarados por eles próprios: como sendo interesses ou comuns ou opostos aos da burguesia. É essa mesma questão, ainda que sob uma outra forma, a grande questão do presente – saber quem vai dirigir o derrube do governo: se uma fracção da burguesia cavalgando o descontentamento popular, se os próprios trabalhadores. Depende de nós!

A HORA É DE LUTA!

ADERE À LINHA SINDICAL LUTA–UNIDADE–VITÓRIA!

SINDICALIZA-TE!

Setembro de 2010

Núcleo do Porto dos trabalhadores de serviços da

linha sindical LUTA – UNIDADE – VITÓRIA


publicado por portopctp às 00:08
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