De um núcleo da secção distrital do Porto da linha sindical Luta - Unidade - Vitória, recebemos este comunicado que transcrevemos na íntegra:
Dia a dia as condições em que os trabalhadores vendem a sua força de trabalho pioram.
Quem ontem imaginou que estava seguro, hoje vê-se ameaçado de despedimento colectivo ou de despedimento individual de forma arbitrária.
Aos trinta e seis anos já se é velho para trabalhar a não ser em condições sub-humanas. Até aos trinta e cinco é a falta de experiência que justifica esse mesmo tipo de condições.
A fiscalização estatal, que é suposto existir, faz ouvidos moucos e vira a cara.
Há anos que o salário médio nos serviços decresce.
Ao mesmo tempo aumenta o número de contratos a prazo e de falsos recibos verdes. Este é um resultado directo da prática do outsourcing por muitas empresas que anteriormente contratavam directamente trabalhadores para executarem os serviços. A própria maneira como o fazem, que é estabelecerem com as empresas que fornecem os serviços contratos por tempo determinado, serve de argumento legal para, acabado o contrato, as empresas fornecedoras despedirem quem lhes convém. A rotação entre fornecedores permite a “limpeza” dos “maus elementos”, a manutenção de salários baixos e uma repartição entre empresas do espólio roubado. Esta é a verdade sobre os “concursos” que dão origem a esses contratos: não passam de uma partilha do bolo resultante da diferença entre os salários que seriam pagos na situação anterior e os que são pagos na situação presente! Este é um dos casos em que eles costumam dizer: “todos ganham”, gestores e patrões das velhas empresas, gestores e patrões das novas, angariadores, etc.. Todos… menos os trabalhadores! Todos à custa dos trabalhadores!
Só por si, esta situação deveria ser suficiente para que todos os trabalhadores de portaria e vigilância encontrassem vias comuns de a enfrentarem. Mas não! E porquê? Porque há desilusão nas estruturas existentes, moleza das poucas reacções, aparente impossibilidade de actuação comum, falta de transparência, constante propaganda anti-trabalhadores, quem pense que se garante alguma coisa sendo subserviente (na realidade a subserviência de hoje garante apenas que, amanhã, se será ainda mais calcado), etc., etc..
Mas este tipo de reacção mista que se vê, de aparente revolta contra o que está mal e de resignação a um “mundo imutável”, nada resolve e tem duas consequências gravemente nefastas para os trabalhadores: o que está mal no seio dos trabalhadores fica cada vez pior e o “mundo imutável” afinal está sempre a mudar, sempre contra os interesses dos trabalhadores, ontem com alterações gravosas às leis laborais, hoje com PECs sucessivos, amanhã reclamando o sangue dos próprios trabalhadores.
Por isso a Linha Sindical LUTA–UNIDADE–VITÓRIA conclama todos os trabalhadores, em geral, e os trabalhadores de portaria e vigilância, em particular, a abandonarem as posições passivas de crítica palavrosa aos actuais sindicatos e a abraçarem as posições activas de crítica consequente à actuação dos sindicatos, que consistem em mudá-los. Nesse processo o primeiro passo só pode ser que todos e cada um se sindicalizem.
Ambos os sindicatos que abrangem o sector, STAD e SITESE, têm estatutos que não cumprem mas que são especialmente úteis a quem os dirige. Servem-lhes para colocar dificuldades aos trabalhadores que se queiram expressar em prol de todos, servem-lhes para impedir que os trabalhadores se unam contra os seus inimigos. Talvez a razão disto se encontre nas raízes de ambos em sindicatos salazaristas, das quais se reivindicam e de que, aparentemente, se orgulham. Esta é mais uma razão para a grande necessidade de transformação profunda dos actuais sindicatos. Transformação que os extirpe dessas raízes e os transforme num só órgão em que todos os trabalhadores de portaria e vigilância se sintam representados, no qual as regras sejam tão simples e claras que se resumam aos cuidados a ter para garantir que a vontade dos trabalhadores é executada!
Aproximam-se as negociações dos contratos colectivos de todos os sectores e também as que englobam os trabalhadores de portaria e vigilância. O desfecho depende, em grande medida, da maneira como os interesses dos trabalhadores forem encarados por eles próprios: como sendo interesses ou comuns ou opostos aos da burguesia. É essa mesma questão, ainda que sob uma outra forma, a grande questão do presente – saber quem vai dirigir o derrube do governo: se uma fracção da burguesia cavalgando o descontentamento popular, se os próprios trabalhadores. Depende de nós!
A HORA É DE LUTA!
ADERE À LINHA SINDICAL LUTA–UNIDADE–VITÓRIA!
SINDICALIZA-TE!
Setembro de 2010
Núcleo do Porto dos trabalhadores de serviços da
linha sindical LUTA – UNIDADE – VITÓRIA
. Soares da Costa, ousar lu...
. Mulheres: uma metade do m...
. INÉRCIA - Palavra-chave t...
. Honra aos camaradas Ribei...
. Prosegur - a luta de clas...
. Casino da Póvoa de Varzim...
. Agrupamento de Escolas de...
. Bairros do IHRU de Guimar...
. STCP – Eutanásia empresar...
. Valadares - épreciso ganh...
. Transportes: resistência ...
. Não ao isolamento de Vila...
. A habitual falta de vergo...
. O desejo que tudo se esqu...
. A greve geral é parte ínt...
. Carta aberta ao president...
. Casa do Povo de Recarei (...
. A demolição da escola pri...
. A novela das portagens da...
. Contra o pagamento de por...
. Vila d'Este - autarquias ...
. A intransigência habitual...
. A intransigência habitual...
. SCUT's: a intransigência ...
. Pequenas coisas, uma gran...