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Quarta-feira, 29 de Abril de 2009

Brisa: progresso apropriado por uma minoria e atirado contra os trabalhadores

De um trabalhador da Brisa, devidamente identificado, mas pedindo ocultação de identidade por via da situação e que se encontra de trabalhador perante ameaça de desemprego, recebemos a carta, com pedido de ajuda, que abaixo transcrevemos. Mais uma vez fica claro que o capitalismo faz com que o que poderia beneficiar toda a sociedade (o progresso tecnológico) pela diminuição do trabalho necessário que poderia ser transformada, por exemplo, em redução geral do horário de trabalho sem perda de remuneração, seja apropriado, através dos aumento dos lucros, por uma pequena minoria de accionistas e gestores e em prejuízos da grande maioria que são os trabalhadores, através da chamada "dispensa de excedentários" e da pressão para baixo que o desemprego exerce sobre os salários de todos.

  

Como trabalhador da Brisal venho por este meio informar que a Brisa auto estradas de Portugal já tem o sistema de cobrança automática de portagens (máquinas em vez de pessoas) e o novo sistema de via verde (que não apresenta o valor que o cliente está a pagar) a funcionar na A17 e no final de Maio prepara-se para despedir mais de 60 trabalhadores.
A A17 está a servir de teste destes novos sistemas para depois estes serem “estendidos” para o resto das portagem com concessão da brisa, portanto se só nesta fase de teste serão dispensadas mais de 60 pessoas, logo que todas as auto estradas tenham este sistema serão às centenas os despedimentos e isto numa empresa que apresentou lucros de mais de 136 milhões de Euros em 2008.
Para além deste sistema de cobrança de portagem ser frio e impessoal o cliente em caso de reclamação ou informação não vai ter ninguém a quem se dirigir.
Segundo apurei estes novos sistemas tiveram o apoio do estado e foram uma das exigências na altura de conceder a concessão da A17 à Brisa pois com os chips das matrículas, 99.9% das pessoas iram passar na via verde e os outros 0.1% serão atendidos pelas máquinas, o que faz com que a mão humana nas portagens seja uma raridade e talvez um trabalhador por cada 3 ou 4 barreiras de portagem.
Peço a vossa ajuda nesta batalha contra o desemprego e a crise.
Confrontar e fazer “barulho” com um caso destes talvez faça com que a Brisa e o Estado Português voltem atrás e deixem estar as pessoas a atender nas cabines e com os seus empregos em vez de estar lá um robot frio e que nem um “Bom Dia” amigável é capaz de dizer.
Estes factos que aqui relato poderão ser comprovados in loco em todas as barreiras de portagem da continuação da A8 (A17) entre Leiria Norte e Mira PV (só em Mira PV é que esta instalado o novo sistema de Via Verde)
Agradecia uma resposta para confirmar a recepção e peço que a minha identidade seja ocultada em caso de noticiarem o caso.
publicado por portopctp às 18:58
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