PCTP/MRPP - Norte de Portugal

No entraçar da sua teia de engodos, o governo não dá ponto sem nó. Precisa de se assegurar que, no final, os custos diminuam não importando com as consequências para os cidadãos. É o caso das "actividades de enriquecimento curricular" das escolas do 1º ciclo do ensino básico, apresentadas pelo governo como uma melhoria na formação das crianças, fazendo parte de uma batalha para a "melhoria da formação e das qualificações dos portugueses" na qual era preciso pagar um preço: o fecho de algumas escolas. Mas esse nó não bastou, era preciso mais: fechar os ATLs enquanto tais, cortar-lhes as formas de sobrevivência. Não lhe importa que uma parte substancial das escolas não tenham condições físicas adequadas para as "actividades de enriquecimento curricular", que não tenham contratado pessoal qualificado ou, quando o tenham, seja de forma precária e, em alguns casos, não pela garantia de um trabalho adequado mas pela "oferta" mais baixa (função das "constrições orçamentais" - é verdade, há uns tempos falou-se de uns exageros nessa prática que, função da divulgação pública, o ministério prometeu resolver, mas resolveu?). Importa-lhe sim como "poupar" um pouco mais, ou seja,  restringir a actividade dos ATLs "às pontas": das 7:30 às 09:00, das 17:30 às 19:30 e durante as férias escolares. Em todo o país são mais de 12.000 postos de trabalho que são postos em causa, sendo que só no distrito do Porto, segundo o padre Lino Maia, 150 instituições já foram notificadas para encerrar a partir de 31 de Janeiro próximo. A "melhoria" tratou-se, afinal e simplesmente, de tornar precários empregos mais seguros, criando empregos precários e mal pagos por um lado e despedindo, por extinção do posto de trabalho, trabalhadores melhor remunerados, pelo outro. Isto não pode e não vai ficar assim!