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Quinta-feira, 3 de Agosto de 2006

As dúvidas dos trabalhadores da Fosforeira

Os trinta trabalhadores da Fosforeira Portuguesa de Espinho contestam a "solução" que tem vindo a ser sugerida para a resolução dos problemas da empresa. Nos últimos anos o número de assalarados reduziu-se a menos de um décimo relativamente ao máximo (mais de 400) dos que aí trabalhavam. Esta diminuição de trabalhadores trouxe também consigo o fim das regalias sociais dos mesmos, ou seja a diminuição da parte do salário pago em espécie.
Um incêndio, há cerca de dois meses e meio, cujo debelar foi objecto de fortes críticas dada a ineficiência verificada, serviu para questionar a localização das instalações no centro da cidade. Quase em simultâneo é anunciada a venda, por 1850 milhões de euros, das instalações da palitaria, da creche e do refeitório, libertas pelo emagrecimento da actividade da empresa e pela diminuição das regalias sociais dos trabalhadores, à Misericórdia de Espinho para um possível centro de apoio de doentes de Alzheimer. Esta venda, conjugada com o facto de os actuais proprietários (o grupo Fierro espanhol) pretenderem alienar (ou fechar, não é para já claro) também a própria Fosforeira, revela a pressa em realizar "mais-valias" à custa da descapitalização da empresa. Não sendo reinvestidos na Fosforeira, estes 1850 milhões de euros, vão ser embolsados pelos proprietários e gastos no que lhes der na cabeça, nomeadamente nos seus consumos sumptuários de bens de luxo.
Tudo isto é feito com a conivência do director de produção que pretende obter também benefícios pessoais com a situação. Este propõe solução em que receberia a empresa "à borla": argumentando com a viabilidade da empresa, venderia as instalações actuais no centro de Espinho e, em vez de indemnizar os trabalhadores, grande parte deles com mais de trinta anos de antiguidade na empresa, com o dinheiro resultante compraria novas instalações fora da zona urbana da cidade num outro concelho e manteria a actividade. Os trabalhadores manteriam o emprego e receberiam subsídio de deslocação mas veriam o seu horário ao serviço da empresa aumentado do tempo de transporte enquanto ele passaria a proprietário da empresa. A dúvida dos trabalhadores provem da sua experiência: a redução dos benefícios sociais, representando quebras reais de salário, foram executadas por este senhor com base na viabilização da empresa apesar da poupança não se verificar nas suas benesses, agora, com argumento semelhante, é pretendido que os trabalhadores vendam um acréscimo do seu tempo ao dispor da empresa pelo valor de um mísero subsídio de deslocação, amanhã, novos argumentos irão fechar a nova fábrica, já numa situação em que nada sobrará para pagar aos trabalhadores. Daí a luta. Daí os trabalhadores pretenderem receber as indemnizações caso as instalações de Espinho sejam vendidas (como vão ser). Daí a necessidade de mobilizar os nove trabalhadores de Lisboa, pois que, apesar de aparentemente não irem ser afectados, na verdade serão também arrastados para a desgraça consequência da inevitável futura insolvência.
publicado por portopctp às 11:58
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